quinta-feira, 12 de março de 2015

Prefeito de Porto Walter foi entrevistado por ser considerado, um dos melhores prefeitos do Acre. Veja a entrevista:

ac24horas – Há exatos dois anos, quando o senhor assumiu a prefeitura, como se encontrava o município naquele momento?      
Babary – Estava completamente abandonado. Recebemos uma herança maldita, ou seja, uma administração totalmente endividada. Eram mais de R$ 7 milhões com o INSS, cerca de R$ 2,8 milhões com a Eletroacre e quase R$ 400 mil em precatórios, além de nove de 13 itens que deixaram a prefeitura em situação de inadimplência. Havia, também, dívidas trabalhistas, com prestadores de serviço e fornecedores. Sem contar que a cidade parecia que havia sido bombardeada. O mato está por toda parte e o lixo não era recolhido adequadamente. Era uma situação muito grave e a população, que estava com a estima lá embaixo, não acreditava que um gestor público pudesse resolver aquela situação.
ac24horas – E o senhor resolveu?                                                                                       
Babary – Essa pergunta pode ser respondida pela população. Mas farei alguns esclarecimentos: negociamos e parcelamos as dívidas, pagando-as rigorosamente todo mês. Os precatórios foram quitados em um ano, o mesmo acontecendo com todas as ações trabalhistas. Também foram pagos todos os fornecedores e prestadores de serviço. Tudo isso só foi possível por causa do planejamento, da organização e respeito ao dinheiro público, além da colaboração dos vereadores e da minha equipe de trabalho.
ac24horas – “Arrumada a casa”, o senhor começou uma peregrinação pelos ministérios e gabinetes em Brasília?
Babary – Antes disso foi preciso tomar algumas medidas antipáticas, mas que eram necessárias para a reestruturação do município. Porém, já havíamos conclamado os vereadores, comerciantes e a população em geral para nos apoiar. Foram momentos difíceis que estão, agora, totalmente superados. As idas e vindas à Brasília eram para alocar emendas e firmar convênios com os ministérios. Para isso, sempre tive o apoio do meu partido, o PMDB, em especial da equipe da prefeitura de Cruzeiro do Sul, além, é claro, da Amac.
ac24horas – O senhor não faz nenhuma acepção de pessoas ou partidos quando o assunto é interesse do município. Por quê?
Babary – Isso são relações institucionais, isto é, nada têm a ver como relações partidárias. Infelizmente alguns políticos e gestores são politiqueiros, o que acaba prejudicando a população. Quem me acompanha sabe que sequer penso em reeleição, mesmo porque a atividade política não é um meio de vida para mim. Não sou íntegro, melhor deixar esse rótulo para Jesus Cristo, porém tento fazer as coisas corretas.
ac24horas – Em meio à atual crise da classe política, é possível fazer uma administração ética?
Babary – Não só é possível como é necessário. Tive uma boa formação familiar, graças a Deus, firmei valores e princípios cristãos que formaram o meu caráter. Quanto à necessidade de se fazer uma gestão ética, é só vê como está a situação da maioria das prefeituras Brasil afora. As legislações e os órgãos de controle estão mais rígidos. O resultado da tentativa de corrupção e desmandos já conhecemos: prisões e inelegibilidades.
ac24horas – Quais foram as principais realizações da sua administração?
Babary – O município está sendo reconstruído. Os serviços essenciais funcionam integralmente; foram adquiridos máquinas e equipamentos; a piscicultura e água potável chegaram às comunidades; foram construídas 10 escolas, algumas delas dotadas com equipamentos de informática e ambiente climatizado; foi realizado o Festival do Milho; a entrega de casas populares; e a cidade foi transformada num canteiro de obras. Mas eu costumo dizer que a maior, mas a maior mesmo de todas as realizações, foi tirar o município da inadimplência, do Serasa como costumo dizer.
ac24horas – Um renomado instituto fez uma pesquisa na qual uma das perguntas era assim: o que é política? Nove de cada 10 entrevistados disseram que era ‘coisa de bandido’. Como o senhor interpreta isso, levando em consideração as recentes manifestações de ruas?
Barbary – Estamos vivendo uma crise de representatividade na classe política e em algumas instituições. A política é intrínseca ao ser humano. É a principal ação desde os gregos. A política surge da necessidade de dialogar e de equacionar interesses. Para participar da política é preciso ter grandeza, espírito público e causas para defender na sociedade. É uma arte e vocação feitas para grandes homens. É uma atividade nobre para expor e debater ideias. A imensa maioria dos políticos não defende a coletividade. Estão lá com outros propósitos. Daí a frustração e indignação das pessoas.
ac24horas – É possível reverter esse quadro?
Barbary – Não tenho dúvidas. Precisamos criar uma nova cultura política, alicerçada em princípios e valores cristãos, além da solidariedade e justiça social. Eu refleti muito antes de entrar na política, pois muitas pessoas dizem que é coisa para pessoas sem caráter e pudor. Temos que mudar a opinião dessas pessoas. Se pessoas sérias e comprometidas não escolherem o caminho da política, deixaremos as portas abertas para os mal-intencionados. Acredito que Porto Walter pode se tornar um lugar melhor. Assim, não tenho dúvidas que podemos mudar esse cenário de descrédito.
ac24horas – O senhor defende uma reforma politica?
Barbary – Defendo uma urgente reforma política. É inegável a necessidade de modificarmos o cenário político do Brasil, com mais transparência e moralidade nos processos eleitorais e de governo. Atravessamos hoje uma crise representativa global que se manifesta mais visivelmente entre os jovens. Os parlamentares no Brasil precisam entender que estão perdendo os canais democráticos de representação política. A população não compreende a atuação dos poderes estabelecidos. Existem disputas e, muitas vezes, atrelamentos partidários entre o Legislativo, Executivo e Judiciário. A reforma política deve permitir à sociedade participar de forma efetiva dos destinos do país.
ac24horas – O senhor agradece muito. Por quê?
Barbary – Por causa da generosidade do povo portowaltense. Esses agradecimentos também se estendem voluntários que fizeram parte dessa união por um município de oportunidades. Estou com o coração transbordando de vontade de mudar o que está aí. Dedico-me de corpo e alma neste projeto, defendendo os interesses do nosso povo. Por fim, agradeço ainda a minha família e tantos amigos que estão me apoiando nesse desafio.

Fonte, ac24horas.                                                                                                                 

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